Elas no volante: 5 desafios cotidianos das mulheres caminhoneiras

Há cerca de 180 mil mulheres caminhoneiras no Brasil, mulheres de diferentes idades que percorrem as rodovias do país enfrentando uma rotina árdua e cheia de desafios.

Em um mundo onde as mulheres conquistam cada vez mais espaços, há muito caminho a se percorrer para que elas consigam ter o mesmo destaque que homens quando o assunto é trabalhar com transporte de mercadorias em caminhões.

Além da rotina estressante de longas horas de trabalho, da distância da família, e dos perigos da estrada, elas enfrentam ainda o preconceito por serem mulheres e a desconfiança das empresas.

Quais os desafios das mulheres caminhoneiras

Para que você conheça como é o dia a dia dessas profissionais, listamos 5 desafios cotidianos das mulheres caminhoneiras.

Minoria na profissão

Dados de 2015 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PNAD-IBGE) afirmam que há 1.930.664 caminhoneiros no Brasil.

As mulheres representam menos de 10% dos trabalhadores e isso impacta de forma negativa uma série de questões que envolvem o dia a dia de um profissional que vive viajando pelas longas estradas brasileiras.

Baixa Contratação

As mulheres enfrentam preconceito por parte dos contratantes, pois diante da rotina exaustiva, muitos empresários preferem contratar homens, acreditando que elas não possuam a mesma estrutura física e psicológica para suportar a vida na estrada.

Ao contrário disso, as pesquisas mostram que as mulheres são mais prudentes ao volante, se envolvem menos em acidentes, cometem menos infrações de trânsito e se colocam menos em situação de risco.

Apesar desses dados, as mulheres ainda precisam provar que são capazes de pilotar grandes caminhões e suportarem todas as cargas que esta profissão exige, como ficar muitos dias longe de casa, muitas horas sem descanso e ainda suportar outros desafios que aparecem.

Problemas de saúde

As longas jornadas de trabalho afetam a saúde desses profissionais e as mulheres também estão propensas a desenvolverem essas enfermidades que são comuns entre os caminhoneiros.

Por isso podemos dizer que um dos desafios cotidianos das mulheres caminhoneiras é a saúde, sobretudo problemas cardiovasculares e ortopédicos.

Os problemas cardiovasculares estão relacionados ao uso de inibidores de sono que estão diretamente ligados ao aumento da pressão arterial.

Já os problemas ortopédicos correspondem à jornada exaustiva na frente do volante. Movimentos repetitivos que causam problemas como tendinite, contraturas musculares, entre outras doenças ortopédicas.

Falta de infraestrutura

A falta de infraestrutura nas estradas é um dos desafios cotidianos das mulheres caminhoneiras, pois muitos pontos de parada não oferecem espaços exclusivos, exigindo que as profissionais se submetam a situações constrangedoras.

Necessidades básicas como ir ao banheiro, tomar banho e até mesmo um espaço para dormir se tornam missões difíceis, pois as paradas não oferecem lugares para mulheres.

Assédio

Além de serem taxadas como incapazes de realizar um trabalho tão pesado como pegar a malha de estradas brasileiras, as mulheres caminhoneiras ainda sofre com o assédio sexual.

Alguns homens acreditam que uma mulher sozinha trabalhando na estrada está sempre a procura de um parceiro sexual e o assédio se torna uma das maiores dificuldades que essas profissionais enfrentam.